A tentativa do presidente da CBF, Rogério Caboclo, de melhorar o relacionamento com os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira antes da vitória diante do Equador, nesta sexta-feira, surtiu o efeito contrário. A visita do dirigente ao vestiário dos atletas, no Beira-Rio, deixou os jogadores constrangidos e envergonhados. O dirigente se afastou ainda mais do grupo. Os jogadores planejam divulgar um manifesto, por escrito, contra a realização da Copa América.
Antes da quinta vitória em cinco jogos da seleção, o dirigente foi ao vestiário juntamente com Cafu, Juninho Paulista, coordenador da seleção, e Clodoaldo, chefe da delegação. O dirigente fez um discurso entusiasmado e participou da corrente dos atletas, o último ato coletivo de motivação antes de uma partida.
Os jogadores ficaram incomodados com duas situações especificamente. Uma delas foi o pedido do dirigente para que os atletas não dessem entrevistas após o jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo. Para os jogadores, o veto surgiu como uma tentativa de controlar as manifestações do grupo. Outro fato embaraçoso foi o próprio teor do discurso. Caboclo falou de união, motivação, sem pertencer, de fato, ao grupo. “Ele faz as coisas como se tudo estivesse normal”, disse uma pessoa próxima aos jogadores.